História e Mitos Antigos
NOTAS DE MOJAR –
...de Ehlíria é chamado um isolado continente regido pelos chamados Herdeiros, descendentes do mítico rei Ehlir. A origem da história do continente se confunde com eventos registrados na Canção do Rei Viajante. Tal documento registra a saída de Rei Ehlir de terras longínquas e suas viagens por vários reinos até chegar no continente, posteriormente chamado de Ehlíria, e lá deixar a base de um império que fomentou nossa sociedade atual. Vou apresentar a versão mais completa da Canção para que possam aumentar seus conhecimentos sobre os fatos da Era Mítica.
O Rei Viajante
Longínquo era o reino, que o infeliz Rei vivia
Ehlir era seu nome e a morte em sua porta estava
Seu povo perdia-se nas riquezas e luxúria
O Rei Ehlir sucumbia, enquanto seu povo fornicava
Ehlir, o Rei cansado, estava prestes da vida desistir
Em seus delírios de moribundo, havia o início de uma nova era
Mas no dia chuvoso, a visão ordenava-lhe partir
Levantou-se então de seu leito célere como uma fera
Que procura sua presa deglutir
Sem nem olhar para trás Ehlir seguiu em grande jornada
Sua fantástica visão mostrou-lhe objetivo preciso
Vislumbrava a terra nunca antes vista ou imaginada
Bem mais do que um simples delírio. Era o paraíso!
Antes de ao paraíso chegar Ehlir visitou três distantes reinos:
O Reino da Carne - onde o rei é o próprio castelo
O Reino das Feras – do Rei Bestial, com grandes caninos
O Reino das Cinzas – cujo rei é o Espectro Noctâmbulo
Estava em Ehlir agora a maldição dos Reinos Opalinos!
Depois de longas e desertas léguas viajar
Finalmente ao esperado paraíso Ehlir chegou
Cansado avistou as azuis colinas, Ehlir queria repousar
Foi alcançado por seus novos súditos, e a futura rainha encontrou
Celeste chamava-se a bela que com Ehlir foi desposar
Soberano e feliz, Ehlir por anos governou
Nasceram as pepitas do vale: Vandra e Ziona chamavam-se
Belas e suaves como a mãe Celeste, eram no sorrir
“Corajosas como o pai!”: O povo refestelava-se
O povo agora rico bradava: “Vivas ao Rei Ehlir!”
Mas o primeiro grande mal aproximava-se
A doença do Reino da Carne deixou o Rei com dissabores
Em Celeste ardeu sua intimidade:
"Jamais imaginei contrair tais íntimos ardores!"
Celeste vivia a dor e Ehlir a infelicidade
O mal do Rei da Carne terminou o seu feito
Celeste descansou em um túmulo de mármore azul
"Vandra, sua é minha espada, fique com meu afeto"
Ehlir encaminhava-se para o sul:
"Ziona, seus são os montes azuis, reine com recato"
Ziona agora era rainha e Vandra a sua guardiã
O povo recuperava-se do terrível desastre
Porém, o que Vandra almejava, era o Reino de sua irmã
Ehlir, Rei amaldiçoado e destronado
Por dois dias sem destino para o sul se dirigiu
“Resta-me a dor de vagar por meu reinado!”
Então a Rainha da Floresta de Esmeraldas surgiu:
“Se meu povo governares serás então meu amado!”
A bela da floresta, Sylvie se chamava
Infinitos eram seus encantos
Mas de Celeste, Ehlir relembrava
Não suportava a dor e sucumbia aos prantos
“Dê-me um herdeiro!” Sei que por isso estais desejoso
Do consolo de Sylvie nasceu um forte herdeiro
Fyn brotou do pântano, como Sylvie corajoso
A fera interior rosnava - Ehlir escondia o segundo mal verdadeiro
A maldição do Rei Bestial em Ehlir se fez presente
A fúria e as presas das feras em Ehlir foram brotando
Soube Ehlir que toda a fúria já estava plantada como semente,
Ao vislumbrar Sylvie aberta e sangrando
Antes de sua morte Sylvie ao Rei perdoou:
“Ehlir, quero vê-lo feliz a prosperar
O destino novamente de você caçoou
A felicidade está ao sul, no Reino à Beira Mar!”
Fyn estava furioso e sua sentença foi honesta:
“Pai amaldiçoado! Estais banido de meu charco”.
Sepultar minha mãe no pântano é tudo que me resta”
Ehlir chorava: “Fyn, meu herdeiro tome meu arco”
Fyn também herdou as verdes paragens da floresta
Morreu Sylvie, a mulher que Ehlir tanto acreditava
Rumou então Ehlir para o Reino à Beira Mar
A bela rainha Áurea ansiosa o esperava
Pois os súditos também desejavam o mal de Ehlir curar
“Um reino com rainha e súditos dourados!”
O refeito Ehlir, então se envaideceu:
“Formidável é o mar e formidáveis os prados!”
Algo ansiosamente esperado aconteceu
No ventre fecundo de Áurea, crescia Syvar
O mais belo e formidável herdeiro
Que Ehlir poderia em sonhos imaginar
“Este sim será um reino verdadeiro”
Feliz então estava o Reino à Beira Mar
Áurea dormia tranqüila e Ehlir estava contente
Na noite chuvosa de verão sob o luar amarelo
Foi que o derradeiro mal se fez presente:
A maldição do Rei Espectro permeou o castelo
E a bela Áurea que era sã tornou-se então demente
Áurea partiu grávida. Sofria Ehlir penoso:
“A Rainha enlouqueceu, não há mais da maldição abrigo”
O sombrio espectro esboçou um sorriso maldoso:
“Esqueça seu patético reino. Venha comigo”
As nuvens ficaram negras no céu desde esse dia
A derradeira maldição fora encaminhada
Enquanto a Ehlir o Rei Espectro distraía
Áurea terminava sua loucura matando-se enforcada
Ao perceber seu intento concluído
O Rei Espectro partiu sem deixar rastro
Ehlir com o coração ferido,
Áurea grávida enforcada no mastro
Para salvar seu herdeiro respeitável
Ehlir abrira o ventre de Áurea de forma urgente
O Rei deparava-se com a verdade abominável
Pois o nobre Syvar nascera um filho doente!
Syvar herdou o Reino à beira mar
E também um brilhante escudo prateado,
Que passou orgulhosamente a empunhar
Sua mãe agora jazia no belo prado
Que milagrosas hortaliças vieram brotar
O mal de Syvar estará acabado
Se diariamente das hortaliças Syvar se alimentar
Amargurado Ehlir foi caminhando
Dos sinistros reis foi vingar-se com fúria possante
Por quais terras estará errando,
O nobre e infeliz Rei Viajante?