sexta-feira, 2 de novembro de 2007

MITOS ANTIGOS (Canção do Rei Viajante)

História e Mitos Antigos

NOTAS DE MOJAR –

...de Ehlíria é chamado um isolado continente regido pelos chamados Herdeiros, descendentes do mítico rei Ehlir. A origem da história do continente se confunde com eventos registrados na Canção do Rei Viajante. Tal documento registra a saída de Rei Ehlir de terras longínquas e suas viagens por vários reinos até chegar no continente, posteriormente chamado de Ehlíria, e lá deixar a base de um império que fomentou nossa sociedade atual. Vou apresentar a versão mais completa da Canção para que possam aumentar seus conhecimentos sobre os fatos da Era Mítica.

O Rei Viajante

Longínquo era o reino, que o infeliz Rei vivia

Ehlir era seu nome e a morte em sua porta estava

Seu povo perdia-se nas riquezas e luxúria

O Rei Ehlir sucumbia, enquanto seu povo fornicava

Ehlir, o Rei cansado, estava prestes da vida desistir

Em seus delírios de moribundo, havia o início de uma nova era

Mas no dia chuvoso, a visão ordenava-lhe partir

Levantou-se então de seu leito célere como uma fera

Que procura sua presa deglutir

Sem nem olhar para trás Ehlir seguiu em grande jornada

Sua fantástica visão mostrou-lhe objetivo preciso

Vislumbrava a terra nunca antes vista ou imaginada

Bem mais do que um simples delírio. Era o paraíso!

Antes de ao paraíso chegar Ehlir visitou três distantes reinos:

O Reino da Carne - onde o rei é o próprio castelo

O Reino das Feras – do Rei Bestial, com grandes caninos

O Reino das Cinzas – cujo rei é o Espectro Noctâmbulo

Estava em Ehlir agora a maldição dos Reinos Opalinos!

Depois de longas e desertas léguas viajar

Finalmente ao esperado paraíso Ehlir chegou

Cansado avistou as azuis colinas, Ehlir queria repousar

Foi alcançado por seus novos súditos, e a futura rainha encontrou

Celeste chamava-se a bela que com Ehlir foi desposar

Soberano e feliz, Ehlir por anos governou

Nasceram as pepitas do vale: Vandra e Ziona chamavam-se

Belas e suaves como a mãe Celeste, eram no sorrir

“Corajosas como o pai!”: O povo refestelava-se

O povo agora rico bradava: “Vivas ao Rei Ehlir!”

Mas o primeiro grande mal aproximava-se

A doença do Reino da Carne deixou o Rei com dissabores

Em Celeste ardeu sua intimidade:

"Jamais imaginei contrair tais íntimos ardores!"

Celeste vivia a dor e Ehlir a infelicidade

O mal do Rei da Carne terminou o seu feito

Celeste descansou em um túmulo de mármore azul

"Vandra, sua é minha espada, fique com meu afeto"

Ehlir encaminhava-se para o sul:

"Ziona, seus são os montes azuis, reine com recato"

Ziona agora era rainha e Vandra a sua guardiã

O povo recuperava-se do terrível desastre

Porém, o que Vandra almejava, era o Reino de sua irmã

Ehlir, Rei amaldiçoado e destronado

Por dois dias sem destino para o sul se dirigiu

“Resta-me a dor de vagar por meu reinado!”

Então a Rainha da Floresta de Esmeraldas surgiu:

“Se meu povo governares serás então meu amado!”

A bela da floresta, Sylvie se chamava

Infinitos eram seus encantos

Mas de Celeste, Ehlir relembrava

Não suportava a dor e sucumbia aos prantos

“Dê-me um herdeiro!” Sei que por isso estais desejoso

Do consolo de Sylvie nasceu um forte herdeiro

Fyn brotou do pântano, como Sylvie corajoso

A fera interior rosnava - Ehlir escondia o segundo mal verdadeiro

A maldição do Rei Bestial em Ehlir se fez presente

A fúria e as presas das feras em Ehlir foram brotando

Soube Ehlir que toda a fúria já estava plantada como semente,

Ao vislumbrar Sylvie aberta e sangrando

Antes de sua morte Sylvie ao Rei perdoou:

“Ehlir, quero vê-lo feliz a prosperar

O destino novamente de você caçoou

A felicidade está ao sul, no Reino à Beira Mar!”

Fyn estava furioso e sua sentença foi honesta:

“Pai amaldiçoado! Estais banido de meu charco”.

Sepultar minha mãe no pântano é tudo que me resta”

Ehlir chorava: “Fyn, meu herdeiro tome meu arco”

Fyn também herdou as verdes paragens da floresta

Morreu Sylvie, a mulher que Ehlir tanto acreditava

Rumou então Ehlir para o Reino à Beira Mar

A bela rainha Áurea ansiosa o esperava

Pois os súditos também desejavam o mal de Ehlir curar

“Um reino com rainha e súditos dourados!”

O refeito Ehlir, então se envaideceu:

“Formidável é o mar e formidáveis os prados!”

Algo ansiosamente esperado aconteceu

No ventre fecundo de Áurea, crescia Syvar

O mais belo e formidável herdeiro

Que Ehlir poderia em sonhos imaginar

“Este sim será um reino verdadeiro”

Feliz então estava o Reino à Beira Mar

Áurea dormia tranqüila e Ehlir estava contente

Na noite chuvosa de verão sob o luar amarelo

Foi que o derradeiro mal se fez presente:

A maldição do Rei Espectro permeou o castelo

E a bela Áurea que era sã tornou-se então demente

Áurea partiu grávida. Sofria Ehlir penoso:

“A Rainha enlouqueceu, não há mais da maldição abrigo”

O sombrio espectro esboçou um sorriso maldoso:

“Esqueça seu patético reino. Venha comigo”

As nuvens ficaram negras no céu desde esse dia

A derradeira maldição fora encaminhada

Enquanto a Ehlir o Rei Espectro distraía

Áurea terminava sua loucura matando-se enforcada

Ao perceber seu intento concluído

O Rei Espectro partiu sem deixar rastro

Ehlir com o coração ferido,

Áurea grávida enforcada no mastro

Para salvar seu herdeiro respeitável

Ehlir abrira o ventre de Áurea de forma urgente

O Rei deparava-se com a verdade abominável

Pois o nobre Syvar nascera um filho doente!

Syvar herdou o Reino à beira mar

E também um brilhante escudo prateado,

Que passou orgulhosamente a empunhar

Sua mãe agora jazia no belo prado

Que milagrosas hortaliças vieram brotar

O mal de Syvar estará acabado

Se diariamente das hortaliças Syvar se alimentar

Amargurado Ehlir foi caminhando

Dos sinistros reis foi vingar-se com fúria possante

Por quais terras estará errando,

O nobre e infeliz Rei Viajante?

2 comentários:

Anônimo disse...

Gostei da guaribada no blog! Valeu!

Unknown disse...

O Blog tá muito bonito, mas a produção tá escassa... Ou melhor, deve haver produção, o que não está havendo é publicação, né ?
Beijos, carinho !
PS. Sinto saudades do Rei Viajante...